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Diego Dzodan.
Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook Brasil, foi preso ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos nesta terça-feira, 01.
De acordo com informações do Estadão, o executivo foi preso pela equipe da Polícia Federal da Delegacia de Repressão Entorpecentes devido ao descumprimento de uma ordem judicial de abertura de mensagens do WhatsApp.
Ainda de acordo com o jornal paulista, o pedido de prisão preventiva foi feito pelo juiz sergipano Marcel Maia Montalvão, que ordenou a quebra do sigilo de mensagens trocadas por suspeitos de transporte ilegal de cargas no aplicativo de mensagens, propriedade do Facebook.
Em caso de prisão preventiva, não existe prazo para a soltura do investigado. Montalvão é juiz em Lagarto, município de 100 mil habitantes no interior do Sergipe.
"Estamos desapontados com a medida extrema e desproporcional de ter um executivo do Facebook escoltado até a delegacia devido a um caso envolvendo o WhatsApp, que opera separadamente do Facebook", aponta o Facebook em nota. "O Facebook sempre esteve e sempre estará disponível para responder às questões que as autoridades brasileiras possam ter”, agrega a rede social.
A resposta do Facebook mantém o que vem sendo a linha de comunicação da empresa em um problema que não é de hoje. Esse é o mesmo ime que levou ao bloqueio do WhatsApp em todo país por cerca de 12 horas em dezembro do ano ado.
Naquela ocasião, as operadoras de telefonia cortaram o o ao app seguindo uma determinação em primeira instância da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, em São Paulo, que visa punir o Facebook, dono do WhatsApp, pelo não cumprimento de pedidos similares feitos pelo Ministério Público de São Paulo em uma investigação sobre tráfico de drogas.
O Facebook sistematicamente nega esse tipo de pedidos, alegando que os dados estão hospedados no exterior, fora da jurisdição brasileira. Nesse sentido, a disposição do Facebook em "responder perguntas" equivale a mais ou menos nada para as autoridades do país.
A medida de bloqueio do WhatsApp foi amplamente criticada como uma punição indireta a usuários que não teriam responsabilidade pelas decisões do provedor de serviço.
Originalmente estipulada para 48h, a punição acabou sendo derrubada por outra instância da justiça.
Ao que tudo indica, o judiciário decidiu agora exercer pressão pela abertura de dados por parte do Facebook mirando nos executivos brasileiros da companhia.
Dzodan, que assumiu a posição de VP do Facebook no Brasil em julho do ano ado, vindo da Software AG (o argentino também foi country manager da SAP no país), certamente não tem o poder de alterar as diretrizes superiores no assunto e está retido como uma espécie de “refém”.
Se a moda pega, essa é uma má notícia para os executivos do Facebook e outras multinacionais de TI no país.