
Thomas Prufer, 24 anos, é a cara local da WeChat.
O WeChat, um aplicativo gratuito de mensagens para smartphones, chegou ao Brasil com o objetivo de concorrer e desbancar serviços como WhatsApp e Facebook Messenger.
Criado há dois anos na China, com presença em 220 países, a novidade agrega mensagens de texto, voz, vídeo e rede social.
Segundo o representante do WeChat no Brasil, Thomas Prufer, o diferencial em relação a outros apps semelhantes é ter uma plataforma com recursos que privilegiam a experiência do usuário.
“Ainda não temos um modelo de monetização definido. Na Ásia, onde o produto nasceu e já tem liderança no mercado, os lucros vêm através de pequenas transações e jogos”, explicou o executivo no lançamento nacional nesta terça-feira, 16, em São Paulo.
O produto desenvolvido pela Tencent está disponível para os sistemas iOS, Android, Windows Phone, Symbian e BlackBerry. No Brasil, a empresa não revela metas de usuários ou o investimento na operação.
A concorrência de outros players do segmento, de acordo com Prufer, não preocupa os chineses, que enxergam o brasileiro como um usuário interativo e interessado em novidades.
O WhatsApp, já consagrado no Brasil, divulgou em junho que sua base de usuários ativos no mundo é de 250 milhões, enquanto o WeChat possui 50 milhões a mais.
Formado em Ciências da Computação na universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o representante da empresa no Brasil, de 24 anos, estudou mandarim com a intenção de trabalhar na China e encontrar um produto com potencial para crescer no Brasil.
Desde então, atua na equipe de desenvolvimento de negócios da Tencent e voltou há um ano para traduzir o aplicativo e pesquisar o mercado brasileiro.
“Aprimoramos o aplicativo conforme as realidades locais. Aqui ainda precisamos fazer ações com marcas e ações virais. O objetivo inicial é ter uma base fiel e depois liderar”, revela.
O aplicativo também se propõe a ser uma rede social, em que usuários e empresas podem personalizar seus perfis para interagir. McDonalds, Starbucks, Nike, BMW e o garoto propaganda do WeChat Lionel Messi são alguns dos parceiros que têm suas contas oficiais.
Com um dia de divulgação no Brasil, através de publicidade televisiva estrelada por Lionel Messi em horário nobre na Rede Globo e SBT, o app chegou ao segundo lugar no ranking de mais baixados da AppStore, na categoria de “sociais”.
A WeChat não é a primeira gigante asiática que chega ao Brasil prometendo desbancar o WhatsApp. Em abril, inaugurou operações por aqui a Kakao Talk, dona de uma base mundial de 82 milhões de usuários.
WALKIE TALK E SHAKE
Assim como o WhatsApp, o aplicativo parte de contatos da agenda telefônica ou dos amigos no Facebook. É possível personalizar as configurações de privacidade
Além da função básica de mandar mensagem de texto e emoticons, o aplicativo permite chats em grupo e conversa de vídeo. A opção de voz funciona como um walkie talk (comparado até mesmo com o serviço da Nextel), em que uma mensagem de voz é transmitida por vez.
Os recursos baseados em geolocalização permitem que o usuário adicione pessoas que estão em um raio próximo, função chamada de Look Aroud. O interessado em conhecer novas pessoas por meio do app, pode utilizar o botão Shake, em que agita o smartphone e recebe uma lista de contatos que fizeram a mesma ação e têm interesses em comum.
Para desenvolvedores, o WeChat tem API aberta, com um SDK disponível para que sejam criadas aplicações a partir do serviço.
* Juliana de Brito viajou a São Paulo a convite da WeChat.