
Espiral negativa no Brasil? Foto: Depositphotos.
A WeWork está com o aluguel atrasado em dois dos seus endereços mais nobres em São Paulo: o empreendimento de quase 4 mil metros quadrados na Oscar Freire e as unidades na Ala B do Condomínio WT Morumbi, localizado na Avenida das Nações Unidas.
Os atrasos nos pagamentos referentes ao mês de maio foram comunicados por dois fundos imobiliários que alugam imóveis para a WeWork.
Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, outros atrasos podem estar no horizonte.
A WeWork opera um total de 25 espaços de coworking na capital paulista, além de Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, segundo informações em seu site.
A WeWork atua na América Latina e no Brasil como uma operação em t venture com o fundo japonês SoftBank.
Assim, a empresa não está envolvida na crise financeira que levou a unidade americana e global a entrar com pedido de recuperação judicial no fim de 2023.
Procurada pela Bloomberg Línea, a WeWork não respondeu até a publicação da reportagem. Os fundos, alguns dos nomes mais poderosos no Brasil nesse nicho, estão se mexendo para cobrar o atraso.
A WeWork global entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos no ano ado, declarando dívidas de quase US$ 19 bilhões.
O buraco foi cavado por uma estratégia de crescimento acelerado na base da queima de caixa e pouco controle na gestão de aspectos como lucratividade, sob a liderança de um CEO com viés messiânico. Uma história comum.
Em entrevista à Bloomberg Línea em novembro ado, a CEO da WeWork na América Latina, Claudia Woods, tinha afirmado que a recuperação judicial nos EUA não comprometia a autonomia e a saúde financeira das operações latino-americanas.
Segundo ela, a flexibilidade contratual da empresa com clientes e locatários era um diferencial crítico das operações no Brasil.