
Wipro está fiscalizando os bicos dos funcionários. Foto: Pexels.
A gigante indiana Wipro demitiu 300 funcionários nos últimos meses, depois de descobrir que eles estavam fazendo “bicos” para concorrentes.
A revelação veio do presidente da empresa, Rishad Premji, durante uma conferência com investidores nesta quarta-feira, 21, relata o site Techcrunch.
No total de 250 mil funcionários da Wipro, 300 não é tanta coisa, mas mesmo assim a cifra dá a dimensão de um problema que preocupa as maiores empresas de TI da Índia.
O país nunca teve uma grande tradição de home office, mas a prática se impôs durante a pandemia, abrindo espaço para que os colaboradores buscassem trabalhos “por fora”
Já em agosto, Premji desatou um debate sobre a prática com um tweet.
“Existe muita conversa sobre pessoas trabalhando por fora na indústria de tecnologia. Isso é trapacear, pura e simplesmente”, escreveu Premji, usando o termo “moonlighting”, que traduzido livremente quer dizer “fazer um bico”.
Em uma entrevista, o COO da TCS, Ganapathy Subramaniam, disse que os bicos eram uma "questão ética” e que o objetivo da empresa era convencer os funcionários de que trabalhar por fora produz “ganho de curto prazo em troca de problemas de longo prazo”.
Enquanto os chefes das grandes empresas reclamam (ou, no caso da Wipro, demitem), algumas startups na Índia resolveram aceitar e tentar tirar proveito das novas regras do jogo.
O Techcrunch traz os exemplos da Swiggy, o maior app de delivery do país, que já liberou um segundo emprego para seus funcionários, com a necessidade de aprovação interna.
A fintech Slice adotou uma outra abordagem: os funcionários trabalham três dias por semana, por 80% do salário médio de mercado da posição. Nos outros dois dias, é possível ter outro emprego.