
Noomis quer ser a versão virtual do CIAB Febraban. Foto: Luiz Michelini/Divulgação
A Febraban acaba de colocar no ar a primeira fase da Noomis, uma plataforma digital que deve aprofundar as discussões e os temas do CIAB, o grande evento anual da federação dos bancos brasileiros. O projeto está sendo desenvolvido pela Wipro.
A multinacional indiana fez o design, criou os fluxos de trabalho e um módulo editorial para gerenciamento da plataforma. A Noomis terá reportagens, blogs, vídeos e newsletters. Está previsto também a criação de um “espaço de networking”.
“A Noomis ️é a grande inovação tecnológica no setor financeiro do Brasil. Ajudará a reunir profissionais e companhias chave, oferecendo-lhes um lugar para interagir, aprender e colaborar durante todo o ano”, afirma Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da Febraban e integrante do Conselho do CIAB.
Wipro, TCS e Mahindra, as grandes empresas de TI da Índia, chegaram ao brasil na primeira década dos anos 2000, sendo seguidos por uma leva de empresas menores do país na década seguinte.
As indianas, no entanto, não confirmaram a fama de bicho papão e tiveram uma atuação discreta nos primeiros anos.
Os indianos não conseguiram repetir por aqui o sucesso da sua presença nos Estados Unidos, onde as companhias do país emplacaram grandes contratos de outsourcing usando como diferencial o baixo do custo da mão de obra na Índia.
De uns tempos para cá, as gigantes da Índia, inclusive a Wipro, tem se reposicionado, visando oferecer serviços para o país com profissionais brasileiros, baseados no país.
A Wipro inclusive adquiriu uma consultoria paulista, a InfoServer, em um negócio de R$ 27,6 milhões fechado no final de 2016.
Em entrevista com o Baguete em fevereiro de 2017, Ankur Prakash, vice-presidente para mercados emergentes da Wipro, revelou a meta de chegar a um faturamento de US$ 250 milhões até 2018.
Talvez mais interessante do que o projeto Noomis em si, que no final das contas é um portal de conteúdo (nada contra, o Baguete também é um) seja o fato da Febraban ter escolhido a Wipro para fazer o projeto.
Afinal, a decisão mostra o prestígio da Wipro junto da Febraban, que, por sua vez, representa bancos que gastam R$ 20 bilhões em TI por ano, sendo um dos segmentos da economia líderes em investimento na área.
A Stefanini, uma grande empresa brasileira com uma boa base de clientes entre os bancos brasileiros, pode sentir uma pontinha de inveja.