
Vai um rolinho aí? Foto: Pexels.
O Alibaba Cloud, um gigante no mercado de computação em nuvem na China, anunciou um programa de US$ 1 bilhão para expandir a sua presença em outras regiões nos próximos três anos.
Em um grande evento, a empresa anunciou um “upgrade na estratégia de ecossistema” visando “apoiar os parceiros”.
Na prática, o Alibaba está anunciando um bom e velho programa de canais, com descontos, incentivos e financiamento para entrada no mercado.
Segundo revela o The , o Alibaba já tem centros de serviço e consultoria na Malásia (o maior mercado fora da China é de longe o sudeste asiático), mas também em Portugal e no México.
Vai ser interessante observar se algo desse dinheiro será usado para alavancar negócios no Brasil. O Alibaba já fez uma tentativa de entrar no país, que ao que tudo indica deu errado.
Em 2019, o UOL Diveo anunciou em nota que era um parceiro dos chineses no Brasil. Procurado pelo Baguete na época, o Alibaba disse que já estava trabalhando no país desde o ano anterior.
O UOL Diveo nunca mais voltou a falar sobre o Alibaba. Já no ano seguinte, em 2020, a empresa foi vendida e virou a Scala, um negócio focado em infraestrutura para grandes players de nuvem.
Como já fazia anteriormente, o Alibaba nunca mais falou de presença no país. Entre os mais de 70 parceiros listados no site, só aparece uma brasileira, a Inove, uma empresa pequena de São Paulo focada em projetos com a suíte de comunicação Zimbra.
Em tese, o Alibaba poderia competir no mercado brasileiro. Para muitos analistas, a tecnologia dos chineses compete com a de grandes players como o Google. Outros apontam que no longo prazo, a empresa é o único competidor viável para a AWS.
Por outro lado, a empresa não tem um centro de dados no Brasil, um o que todos os outros grandes players de nuvem já tomaram nos últimos anos (a concorrente chinesa Tencent abriu um em 2021, no que parece ser uma jogada de nicho).
Outro fato é como grandes clientes em potencial no Brasil avaliariam o status legal do Alibaba Cloud, em um momento de conflagração mundial.
A empresa está sediada na China, o que em tese permite ao governo chinês ar informações sobre seus clientes, com base nas leis de segurança nacional.
Os governos de outros países têm alertado empresas sobre isso. Durante o governo Trump, quando a guerra comercial com a China começou a escalar, o país listou Alibaba, Baidu, China Mobile, China Telecom e Tencent como “fornecedores não confiáveis”. O governo Biden manteve a política.