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Foto: Pixabay.
O ataque cibernético sofrido no Brasil pela Atento, uma das maiores empresas de center e terceirização de processos de negócios (BPO, na sigla em inglês) do mundo, em outubro do ano ado, custou US$ 46,1 milhões (cerca de R$ 230 milhões) à companhia.
De acordo com a Coluna do Broadcast, publicada no Estadão, o valor inclui o gasto para remediar o incidente e também a perda de receita causada por ele. A multinacional não especificou se esse remédio inclui o pagamento de resgate.
O impacto pôde ser percebido no resultado de 2021 da Atento no país, em que a divisão encerraria com receita de US$ 603,6 milhões (cerca de R$ 3 bilhões), uma alta de 6%. A ação dos hackers, porém, fez com que o número ficasse em US$ 568,8 milhões, cifra semelhante à do ano anterior.
A geração de caixa também foi impactada duramente. O EBITDA fechou o ano em queda de 36,5%, para US$ 46,7 milhões (cerca de US$ 230 milhões). Sem o efeito do ataque, subiria 26,2%, para US$ 92,8 milhões.
Para 2022, a empresa ainda teve de reduzir a projeção da margem EBITDA de algo entre 14% e 15% para 13% e 14%, prevendo eventuais efeitos residuais da ação criminosa.
Em outubro de 2021, a Atento avisou o mercado sobre o incidente no Brasil e, no mês seguinte, itiu que dados "comerciais e financeiros" obtidos no ataque foram vazados na Internet.
De acordo com o site Convergência Digital, a companhia afirmou que a exposição se limitava a um registro de negócios de transação com clientes e não havia evidências de exposição de dados de clientes ou usuários finais.
Na ocasião, clientes como Vivo, Itaú Unibanco, Azul, Livelo, Unimed Rio e Porto Alegre, Burger King, Banco BMG, Cielo e Riot Games adotaram planos de contingência na área de atendimento.
Fundada em 1999, a espanhola Atento está listada na bolsa de Nova York e é avaliada em US$ 415 milhões. Com operações em 14 países e 150 mil funcionários, a companhia conta com mais de 400 clientes no Brasil, América Latina, Estados Unidos e Espanha.
O Brasil representa cerca de 40% do faturamento da Atento, que em 2021 faturou US$ 1,45 bilhão. A empresa vem de um período de quedas de receita. Em 2014, seu faturamento chegava a US$ 2,2 bilhões.
Segundo dados da SonicWall, o Brasil é hoje o quarto maior alvo de tentativas de ransomware, tipo mais comum de ataque, com 33 milhões de ocorrências.