
Caio Bonilha, novo presidente da Telebrás, começa flexibilização da estatal
A gestão de Caio Bonilha, novo presidente da Telebrás, será mais próxima do mercado.
Em sua primeira entrevista, noticiada pelo site Convergência Digital, o novo diretor da estatal responsável pelo Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) já anunciou mudanças na postura da empresa.
Uma delas – em nítida oposição ao deposto Rogério Santanna, que conduzia o PNBL até a última terça-feira, 31 – é a flexibilização das regras do PNBL para venda no atacado.
Ou seja, mesmo as empresas que não venderam o 1 Mbps por R$ 35 ao mês poderão comprar a banda.
“Teremos o preço diferenciado para aqueles que atenderem as imposições da Telebrás, mas vamos vender para quem quiser”, declarou Bonilha ao Convergência Digital.
Quanto custa?
Segundo o diretor, que já ou por empresas de telecomunicações, quem não fizer parte do PNBL vai pagar os “preços de mercado”.
De acordo com o Convergência, o preço pelo Mbps dentro das linhas do PNBL – de R$ 230, para quem oferecesse o final a R$ 35 de 512 kbps – ainda está em revisão, já que a presidente Dilma Rousseff resolveu mudar as regras do jogo, dobrando a velocidade.
No jogo das declarações, já foi dado a entender, inclusive, que o governo pode subsidiar as operadoras.
Em agem por Porto Alegre em abril, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, sinalizou com a possibilidade ao indicar que eventuais gastos além da conta das operadoras seriam compensados.
Cacofonia federal
A mudança de rumo na Telebrás já era sinalizada desde o início do ano.
Segundo os pequenos e médios provedores, Bernardo e Santanna não falavam, há algum tempo, a mesma língua. Enquanto o ministro estaria defendendo as operadoras, Santanna as combatia.
Com a troca de Santanna por Bonilha, as posições de Bernardo são tidas como vitoriosas.
Conforme Bonilha, as mudanças na empresa vêm no momento em que nas atividades da Telebrás deixam a etapa pré-operacional para a operacional – até porque, diz o Convergência, Santanna deixa o cargo com as questões relativas à rede resolvidas e praticamente na véspera do início das operações.
“Haveria naturalmente uma presença maior da parte comercial do que da de engenharia”, avalia Bonilha, segundo o Convergência Digital.
O Convergência indica que no ministério se levanta a hipótese de que os atritos entre Santanna e Bernardo se intensificaram pela falta de recursos para o PNBL.
Derrubado pelas teles
Já para Santanna, finaliza o site, foi a inflexão que o governo resolveu dar no PNBL, de maior proximidade com as teles, que selou seu destino.
“À medida em que o trabalho do PNBL ia se aproximando dos interesses das empresas de telecomunicações do Brasil, a minha relação com o ministro foi se deteriorando. Há uma clara orientação do governo de aproximar-se das empresas de telecom", itiu o ex-diretor ao portal.
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