A Brasil Foods vai vender dez fábricas para atender à exigência do Cade - Conselho istrativo de Defesa Econômica para aprovar a fusão Sadia-Perdigão, que deu origem à companhia.
A companhia anunciou nesta terça-feira, 26, que estão à venda três unidades gaúchas, localizadas em Bom Retiro do Sul, Santa Cruz do Sul e Três os; duas catarinenses, em Lages e Salto Veloso; e uma no Paraná, na cidade de Carambeí.
Também entram na roda as unidades de São Gonçalo dos Campos, na Bahia; Duque de Caxias, no Rio de Janeiro; Várzea Grande, no Mato Grosso; e a de Brasília.
A empresa também se dispôs a negociar os equipamentos industriais da fábrica de Valinhos, em São Paulo.
O conglomerado já havia anunciado, na semana ada, a intenção de vender sua participação na Excelsior Alimentos, de Santa Cruz do Sul.
Porém, o acordo com o Cade prevê bem mais: além das dez fábricas, o grupo terá de vender também quatro abatedouros, doze granjas, quatro fábricas de ração e oito centros de distribuição, além de ar adiante as marcas Rezende, Wilson, Escolha Saudável, Confiança, Delicata e Doriana.
Outra cláusula do acordo é que o conjunto de ativos seja absorvido por apenas um concorrente.
Com isso, segundo divulgado pela Brasil Foods, a meta do Cade é dar escala para que a nova empresa, formada pela aquisição desta estrutura, tenha musculatura suficiente para competir à altura da BRF.
As restrições impostas pelo órgão regulador devem-se ao fato de que, juntas, Sadia e Perdigão somam concentrações de mercado maiores do que 70% em diversos produtos, o que, segundo o Conselho, pode prejudicar o consumidor final.
As duas empresas argumentam, porém, que a intenção da fusão é criar “uma grande exportadora nacional de carnes”.
O início
A fusão que cria a BRF foi decidida pelas companhias em junho de 2009, quando a Sadia declarava prejuízos bilionários com derivativos cambiais devido à crise global.
Na época, a Perdigão injetou dinheiro na companhia e propôs a fusão, que agora a procuradoria-geral do Cade vê como uma “decisão não bem sucedida”, já que não demonstra “que os benefícios decorrentes podem ser compartilhados com o consumidor”.