
Loterias vão para as mãos da iniciativa privada. Foto: Divulgação Caixa.
A Caixa Econômica Federal quer vender todos os ativos que não fazem parte da atividade principal do banco, uma decisão que afeta quatro subsidiárias nas áreas de loterias, seguros, cartões e gestão de recursos.
A decisão foi anunciada pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante um evento do banco Credit Suisse para investidores em São Paulo nesta quarta-feira, 30, relata o DCI.
A abertura deve ser feita até junho 2020 através das bolsas de São Paulo e Nova Iorque, trazendo R$ 40 bilhões que serão usados para pagar aportes feitos pelo governo no banco.
Guimarães explicou que a ideia não é vender 100% da participação da Caixa, mas fazer uma abertura de capitais aos poucos.
Ele afirmou que pelo menos dois ativos serão vendidos ainda este ano e que o primeiro deve ser o de loterias.
O anúncio de Guimarães é o primeiro grande anúncio de privatização feito pelo governo Jair Bolsonaro (PSL), que fez campanha defendendo esse tipo de medidas.
Salim Mattar, fundador da Localiza, foi nomeado secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmando que apenas o core das atividades de Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Federal eram intocáveis.
Até agora, no entanto, pouco aconteceu. No começo do mês, o Estadão divulgou que o Ceitec, estatal de fabricação de chips sediada em Porto Alegre, e a Valec, estatal do setor de ferrovias, seriam fechadas (o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, fez uma defesa morna da Ceitec no dia seguinte).
Ainda segundo o Estadão, a chamada liquidação deve ser aprovada pelo conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), colegiado formado por ministérios e bancos públicos, além da Presidência da República, em uma reunião em fevereiro.
Embora tenham entrado nas empresas por meio de concurso público, os empregados serão demitidos, pois, com a liquidação, as atividades das estatais serão encerradas.
A opção pela liquidação ocorre porque não há interesse do mercado em comprar essas companhias, o que inviabiliza uma tentativa de privatização, afirma o jornal paulista.