ÉTICA

Conar julga comercial da VW com Elis 1a2eb

Case pioneiro de uso de IA na propaganda brasileira dividiu opiniões. 6n2k6x

11 de julho de 2023 - 06:32
Elis Regina estreou comercial de grande repercussão. Foto: Divulgação.

Elis Regina estreou comercial de grande repercussão. Foto: Divulgação.

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, um órgão de autorregulação da publicidade brasileira, vai julgar o comercial da Volkswagen do Brasil que usou de maneira pioneira tecnologia de inteligência artificial para “reviver” a cantora Elis Regina, falecida em 1982.

A campanha, que teve grande repercussão, usou a técnica conhecida como "deep fake", que aplica IA para criar vídeos, áudios e imagens de forma realista a partir de conteúdo já existente.

Como costuma acontecer, o Conar agiu a partir da reclamação de consumidores, abrindo uma “representação ética” para avaliar a campanha com base no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária nesta segunda-feira, 10.

Segundo o Conar, os questionamentos abordam a possível falta de ética no uso de ferramentas tecnológicas e inteligência artificial para trazer uma pessoa falecida de volta à vida, como aconteceu na campanha.

A entidade afirma que as queixas declaram que o uso de deep fakes poderia causar confusão entre o público, sobretudo entre crianças e adolescentes, na distinção entre conteúdo ficcional e realidade.

A representação aberta pelo Conar será julgada nas próximas semanas por uma das Câmaras do Conselho de Ética. Geralmente, o prazo de julgamento leva cerca de 45 dias após a abertura da representação.

Por enquanto, a abertura da representação não implica em nenhuma mudança ou alteração no comercial, que pode continuar sendo exibido na TV aberta, nas redes sociais e em outros meios.

Após a avaliação do conselho de ética, o Conar determinará a sentença para a representação. Se for comprovado que nem a Volkswagen e nem a AlmapBBDO infringiram o Código Brasileiro de Autorregulamentação, o processo pode ser arquivado, sem nenhuma mudança na campanha.

Já se os membros do conselho de ética identificarem que houve algum problema ético, podem ser solicitadas alterações no comercial ou, em último caso, pode ser determinada a suspensão da veiculação da campanha publicitária.

O caso tem tudo para estabelecer um precedente para todo o mercado publicitário brasiileiro sobre o uso de IA e deep fakes em campanhas. 

Aplicativos para criação de deep fakes já estão disponíveis há alguns anos num contexto mais experimental, com apps voltados para o consumidor final, mas a tecnologia tem evoluído rápido, permitindo a criação de campanhas profissionais como a da VW.

Leia mais 6z23s

MARKETING

Em 2023, até os mortos trabalham 616d49

Há 691 dias
PUBLICIDADE

Anúncio da VW tem deep fake de Elis Regina 426v3z

Há 697 dias
TRIO

Redcore: realismo para o hype da IA 6ezl

Há 731 dias
DÍVIDAS

MediaMath pede recuperação judicial 3t6n3j

MÚSICA

Lollapalooza monitora experiência do cliente com IndeCX 52f2e

MAD MEN

Publicidade brasileira mal em tecnologia 5b6b2a