
Uma câmara na mão, uma dica de investimento na cabeça. Foto: Canvas.
Você tem a impressão que suas redes sociais estão cheias de gente falando de investimentos?
Pois não é coisa só da sua cabeça: segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o número dos chamados “finfluencers” quase dobrou no ano ado, saltando de 225 para 515.
Ao todo, os donos dos perfis operam 1.257 perfis no Facebook, no Instagram, no Twitter e no YouTube e são responsáveis por 276,8 mil publicações no período.
O aumento gerou uma expressiva alta (76%) também no número de seguidores, que chegou a 165,7 milhões.
A quantidade, no entanto, não corresponde ao total de pessoas, já que um único usuário pode acompanhar o mesmo “finfluencer” em mais de uma rede social ou ter perfis adicionais.
(A Anbima não toca no assunto, mas também é possível comprar seguidores fakes, uma prática pouco ética, mas não especialmente complicada).
Um indicador mais significativo de interesse são as interações médias, uma medida que inclui curtidas, comentários e compartilhamentos característicos de usuários reais.
Elas cresceram 10%, ando de 1.350 no primeiro semestre de 2022 para 1.489 nos últimos seis meses do ano.
Anbima monitora o assunto como uma maneira de fazer pressão sobre as autoridades reguladoras para garantir algum nível de transparência em relação a possíveis patrocínios dos tais “finfluencers”.
“Para reduzir potenciais conflitos de interesse, a CVM, por seu próprio papel de regulador do mercado de capitais no Brasil, precisa estar a bordo”, afirma Jonathan Mazon, advogado sócio do Junqueira Ie Advogados, e que atua com mercado de capitais e governança.
Até o momento, não existe uma regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários sobre o tema.