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Apple já havia adotado estratégia de redução de salários (Foto: Depositphotos)
A Intel, uma das principais fabricantes de processadores, placas de vídeo e tecnologias de memória, determinou cortes nos salários de funcionários de diversos níveis para economizar recursos já no primeiro semestre de 2023.
A informação oficial é do site SemiAnalysis, voltado para a indústria de chips.
Segundo o Financial Times, os cortes afetam apenas salários-base e benefícios secundários, sem ter impacto sobre bônus e ações — que compõem a maior parte da remuneração dos executivos de alto escalão.
Começando com uma diminuição de 5% para funcionários de nível médio, os cortes chegam a 10% para gerentes sênior e 15% para a liderança executiva. Pat Gelsinger, CEO da empresa, terá seu salário reduzido em 25%.
Já os funcionários pagos por hora não terão seus salários reduzidos.
Além disso, aumentos por mérito estão suspensos para todos os colaboradores, bem como a distribuição trimestral dos lucros da empresa e programas de reconhecimento.
Os pagamentos do 401k, plano de aposentadoria patrocinado pelos empregadores, também foram cortados pela metade, de 5% para 2,5%.
No ano ado, a Intel divulgou que a meta de orçamento para salários em 2022 era de US$ 26,3 milhões, dos quais US$ 1,25 milhão representava o salário-base.
A partir de agora, o objetivo da companhia é economizar US$ 3 bilhões anuais.
Recentemente, a empresa divulgou que há chances de sua receita cair em 40% no trimestre atual, em comparação ao mesmo período de 2022. O motivo é a queda de vendas e uma alta de correções de estoque na indústria de chips.
De acordo com O Globo, a Intel tem um plano de recuperação por meio do qual irá introduzir uma nova tecnologia de produção, além de construir novas fábricas na Europa e Estados Unidos.
Parte da estratégia também envolverá atuar como fabricante terceirizada, obtendo pedidos de outros fabricantes do setor de chips. Isso a colocará como concorrente direta da Samsung e da Taiwan Semiconductor Manufacturing, líderes do segmento por tamanho e capacidade.
A expectativa é que os novos cortes ajudem a apoiar os investimentos e força de trabalho necessária para o cumprimento dos planos de longo prazo da companhia.
No que diz respeito a possíveis layoffs, que têm acontecido com frequência entre empresas de tecnologia, existem apenas rumores de que a Intel tenha planos de demitir mais de 500 pessoas em duas de suas unidades na Califórnia.
CORTE DE SALÁRIOS X FUNCIONÁRIOS
Em um movimento similar, Tim Cook, CEO da Apple, também reduziu seu próprio salário em mais de 40% — diminuindo sua renda anual a US$ 49 milhões em 2023.
No ano ado, o executivo ganhou US$ 99,4 milhões, valor composto por US$ 3 milhões de salário-base e US$ 83 milhões em prêmios de ações e bônus, segundo O Globo.
Outras grandes empresas têm optado por outra saída para reduzir custos, gerando uma onda de demissões em massa na indústria de tecnologia.
Nesta última semana a IBM anunciou que vai demitir 3,9 mil pessoas, cerca de 1,5% de sua força de trabalho global. Já a SAP vai cortar 2,8 mil funcionários, 2,5% da sua equipe.
A Google chegou a demitir 12 mil colaboradores dois dias após a Microsoft anunciar que iria demitir cerca de 10 mil funcionários até o final de março, quase 5% de uma força de trabalho global de 221 mil pessoas.
No início deste ano, a Salesforce anunciou que irá demitir 7 mil funcionários, algo próximo de 10% da sua equipe.
Em novembro de 2022, a Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, demitiu mais de 11 mil funcionários — o maior corte da sua história, reduzindo seu quadro de trabalhadores em 13%.
No mesmo mês, o Twitter, então recém comprado por Elon Musk, começou a fazer desligamentos na companhia — que poderiam chegar a mais de 50% dos 7,5 mil colaboradores.
A Amazon também fez um corte de equipe que atingiu cerca de 10 mil pessoas, quase 3% de sua força de trabalho.