
Rafael Pereira. Foto: divulgação.
O Brasil é o mais recente país a entrar na mira da Enova, companhia norte-americana especializada em empréstimos 100% online, que chega para integrar o mercado de empresas de TI focada em serviços financeiros - as chamadas fintechs.
Com operação em cinco países, a Enova está no Brasil desde meados do ano ado, mas somente agora oficializou o início de suas operações, oferecendo créditos de R$ 500 a R$ 2,5 mil, que segundo a empresa, são liberados totalmente online na conta do cliente. Até 2017, o plano da empresa é ter 1 milhão de usuários no país.
Para funcionar no país, com um mercado financeiro bastante regulado, a companhia firmou uma parceria com a Sorocred, banco paulista que atua nacionalmente através do serviço financeiro Simplic. Os serviços da Enova funcionam através do uso da marca Simplic.
Conforme explica Rafael Pereira, diretor da Enova no país, a plataforma proprietária da empresa usa mais de duzentas variáveis de diversas fontes de dados e processá-las a tempo de responder à solicitação do cliente em segundos.
"amos este tempo refinando a ferramenta, alimentando-a com dados já utilizados comumente no sistema financeiro local, assim como outros cadastros e dados não estruturados, construindo isso sobre a base que trouxemos do exterior", explicou Pereira.
Conforme aponta o diretor, o modelo da Enova considera dados não convencionais, como o comportamento do cliente no site ao efetuar seu pedido de empréstimo e redes sociais. Segundo ele, isso permite emprestar a um grupo de clientes que nem sempre tem o a crédito.
Pereira, que tem um histórico profissional com agens por divisões de serviços e projetos em empresas de TI como KPMG, IBM e BRQ, atesta que a multinacional tem boas expectativas em relação ao Brasil.
"Há três anos a companhia definiu China e Brasil como mercados estratégicos para sua expansão global. Já iniciamos a operação no país asiático e agora demos a largada no Brasil", explica o executivo.
Com cerca de 1,1 mil funcionários em todo o mundo, cerca de 60 já atuam no e à operação brasileira. Globalmente, a empresa atendeu mais de 3 milhões de clientes. Já no Brasil, o setor de crédito ao consumidor nacional movimenta R$ 1,5 bilhão ao mês, segundo os dados mais recentes do Banco Central.
Apesar da premissa inovadora, a Enova não chega sozinha no setor de empréstimos. Recentemente, a alemã Lendico também abriu sua operação brasileiro, em uma parceria realizada com o banco BMG.
Depois de movimentar cerca de mais € 1 bilhão em transações na Alemanha e outros países da Europa, com cerca de 250 mil usuários, plano da companhia é ganhar projeção no país em número de usuários e presença da marca, com o objetivo de no futuro trazer ao país serviços de empréstimo usuário a usuário (P2P, na sigla em inglês), modelo principal da multinacional no exterior.
Para o diretor da Enova no Brasil, a presença de outros players internacionais do segmento de fintechs não o assusta.
"Muito pelo contrário. Acho que a chegada destas companhia só tendem a ajudar a expandir o ambiente de inovação e serviços financeiros além dos bancos. Acreditamos no potencial de nossa plataforma e queremos ser parte integrante destas inovações", finaliza Pereira.
Globalmente, o movimento das fintechs é um dos mais badalados pelos especialistas de TI. Segundo analistas, estas novas companhias devem receber cerca de US$ 30 bilhões em investimentos de venture capital este ano. Em 2013, o valor aportado foi de US$ 4 bilhões. De acordo com o Goldman Sachs, 20% dos lucros do setor financeiro devem ir para as novas plataformas destas fintechs até 2020.