
Funcionários da Amazon. Foto: Depositphotos.
Os funcionários da Amazon não gostaram nada da decisão da empresa de voltar ao esquema de cinco dias no escritório por semana no ano que vem.
Segundo uma pesquisa feita pelo Blind com 2,5 mil funcionários da empresa, 91% disseram que estavam descontentes com a medida, e, mais importante, 73% disseram que estavam pensando em trocar de emprego por causa da medida.
O levantamento foi feito dias após o anúncio da medida pelo CEO da Amazon, Andy Jassy.
Ao todo, 32% dos pesquisados disseram que conheciam alguém que tinha se demitido por causa da nova política de trabalho, e outros 80% disseram que conheciam pessoas que estavam considerando sair da empresa.
Vale destacar que o Blind é um fórum no qual é feita uma certificação da empresa na qual os participantes trabalham por meio do e-mail corporativo, então a mostra é confiável, embora pequena frente ao universo de funcionários afetados.
RUMOS
O anúncio da volta total aos escritórios foi feito em comunicado interno assinado no dia 16.
O novo sistema (ou o velho sistema) começa a valer no dia 2 de janeiro de 2025.
Com isso, a Amazon encerra o sistema híbrido de trabalho que vinha funcionando nos últimos meses, combinando dois dias em casa e três no escritório.
A possibilidade de home office só estará disponível para os departamentos que já operavam dessa forma antes do coronavírus.
As mudanças em curso na Amazon são mais profundas do que a localização dos funcionários. O CEO expõe que a empresa se tornou burocrática demais e tem um excesso de gerentes, gerando processos complexos demais.
Jassy anunciou a intenção de “remover camadas e achatar organizações”, o que traduzindo quer dizer demitir gerentes e reduzir o número de intermediários envolvidos no processo de decisão.
O CEO criou uma “caixa postal da burocracia”, incentivando os funcionários a enviarem exemplos de “processos inúteis” e prometeu ler cada um dos e-mails enviados para o endereço.
Jassy assumiu a Amazon há três anos, vindo da AWS, o braço de computação em nuvem da companhia, e desde então está focado em cortar pessoal, custos e projetos da Amazon que não dão retorno, principalmente no mundo do varejo físico.