
Falcão Oliveira, managing director da IFS na América Latina.
A IFS, multinacional sueca de software de gestão, espera aumentar a fatia de faturamento vinda dos negócios via parceiros no próximo ano no Brasil. Para isso, busca registrar novos canais de grande porte no país.
Hoje, cerca de 30% da receita no Brasil é alcançada via canais. A meta para o próximo ano é chegar a 40%. Um dos focos é crescer a fatia de faturamento dos parceiros com venda de sistemas de gerenciamento de serviços (ESM, na sigla em inglês).
No país, a IFS conta com 11 parceiros atualmente, que vão de revendas do nível referral a empresas globais com presença no Brasil, como a ProV (que abriu as portas no país em 2017).
“Para aumentar a participação dos canais, esperamos estabelecer acordos com empresas maiores, registrando pelo menos um ou dois novos parceiros globais da IFS com equipe no Brasil”, relata Falcão Oliveira, managing director da IFS na América Latina.
Uma possibilidade é trabalhar com a TCS, gigante indiana anunciada na IFS World Conference como nova parceria da multinacional sueca e dona de uma presença significativa no Brasil. O evento anual da companhia acontece nesta semana em Boston.
A estratégia de expandir a atuação dos canais está alinhada com o plano global da IFS, que no último ano desenvolveu novas ações voltadas para parceiros, como a criação da IFS Community e o reforço no treinamento de especialistas.
Os movimentos começaram com a mudança de liderança na companhia. Darren Roos, atual CEO, está no cargo há 18 meses.
Com isso, a empresa busca diminuir sua participação no trabalho de implementação de softwares voltados para gerenciamento de serviços, aumentando a fatia dos canais nesta área.
A partir da mudança, a IFS espera crescer sua receita direta na oferta de serviços de valor agregado.
Em 2019, a empresa sueca ou de cerca de 2 mil consultores treinados para quase 3 mil (sendo cerca de 1,5 mil de fora da empresa).
Para 2020, a meta é capacitar quase 4 mil especialistas, enquanto no ano seguinte a empresa espera treinar cerca de 6 mil (2 mil internamente e 4 mil fora).
A recém-lançada IFS Community funciona como uma rede de e entre usuários. Nela, parceiros podem colaborar no auxílio a clientes, que também podem contar com o apoio de outros usuários e do time técnico da IFS.
No Brasil, uma das empresas que espera aproveitar a estratégia de reforço para canais da IFS é a Portosys, fábrica de software sediada em Porto Alegre, que aposta no software de gestão da empresa sueca para crescer nos próximos anos.
A empresa criou recentemente um hub interno com 20 funcionários (cerca da metade do time da companhia) para atuação em projetos internacionais e implantação de ERP da IFS.
O número de profissionais tem potencial de dobrar até 2020 na iniciativa, que deve receber investimento de R$ 500 mil da Portosys, principalmente em capacitação interna.
A IFS fechou o ano de 2018 com faturamento de US$ 606 milhões. Em 2019, a expectativa é crescer 21%. Até 2021, a companhia tem a meta de chegar a uma receita de US$ 1 bilhão.
A companhia sueca é menor do que SAP e Oracle, com as quais disputa o mercado de ERP, mas tem o diferencial de ser muito competitiva em verticais como energia, óleo e gás, manufatura complexa e aviação e defesa, nas quais as empresas lidam com ativos que precisam ser gerenciados por longos períodos de tempo.
Nestes segmentos, faz diferença a oferta dos seus sistemas de gestão somados a linhas de software de gerenciamento de ativos (EAM, na sigla em inglês) e gestão de serviços (ESM, também na sigla), que permitem aos clientes istrar seus negócios de maneira diferente do que fariam com base nas soluções de gestão da concorrência.
*Júlia Merker cobre a IFS World Conference, em Boston, a convite da IFS.