A catarinense IlhaService lançará, até o final de março, o seu tablet próprio, com o Android 4.0, sistema operacional que roda em menos de 1% dos tablets com a plataforma do Google.
Ele pode ser o primeiro modelo feito no Brasil com essa versão.
Fabricado em São José, na região metropolitana de Florianópolis, o modelo chegará ao mercado custando entre R$ 799 e R$ 999, e será vendido em grandes varejistas, como a rede Carrefour, e em lojas da empresa.
A expectativa é de que, no primeiro ano, os modelos representem 20% do faturamento da IlhaService.
Atualmente, os negócios da companhia catarinense se dividem entre desktops (75%) e serviços (25%).
Em 2008, a empresa faturou R$ 20 milhões.
Hoje, a IlhaService não abre os números de faturamento. Mas, se o crescimento médio de 10% se manteve nos últimos três anos, a empresa está na casa dos R$ 26 milhões, com a possibilidade de ir para quase R$ 32 milhões, caso atinja a meta de crescimento para esse ano, de 20%.
Tirando uma febre
O primeiro lote terá cinco mil unidades.
Segundo o presidente da empresa, Alcides De Brida Neto, a fábrica já tem condições de produzir 15 mil unidades por mês do tablet de 9,7 polegadas, chamado de Pegasus.
Projeto nascido na CES do ano ado, quando executivos da empresa visitavam o evento em Las Vegas, o tablet se beneficiará dos incentivos fiscais, como isenção do PIS/Cofins e IPI, para chegar às prateleiras.
Antes, porém, a análise técnica do processo produtivo – que dita o percentual de componentes nacionais nos aparelhos – precisa completar o ciclo de análises pelo governo federal.
“Falta só o parecer do Ministério da Indústria e Comércio”, diz Neto.
Varejo e sala de aula
O foco do Pegasus será varejo e mercado educacional.
Hoje, no Brasil, redes de ensino como Estácio de Sá, com 5,5 mil alunos, usam tablets em sala de aula. Além disso, projetos do governo, como um recente piloto do governo gaúcho, também têm levado os equipamentos para a sala de aula.
“Vamos conquistar bastante mercado pelo nosso diferencial”, aposta Neto.
De diferente, Neto argumenta que o Pegasus terá entrada USB, HDMI e leitor de cartões, além de GPS e tecnolgia 3G, além de aplicativos customizados para o consumidor brasileiro.
Na verdade, mesmo os concorrentes nacionais, como o Ypy, da Positivo, já têm esse recurso. O preço prometido para o Pegasus, no entanto, é o maior trunfo. O modelo de entrada da Positivo custa R$ 999, R$ 200 a mais que o equivalente da IlhaService, e o mesmo preço do modelo mais caro da catarinense.
Android 4.0
Hoje, os protótipos rodam uma versão mais antiga do Android, mas nas prateleiras, garante Neto, o Pegasus chegará com o 4.0.
O primeiro modelo com a nova versão do sistema operacional móvel, compatível tanto com tablets quanto com smartphones, foi lançado no início de dezembro por uma empresa chinesa, a Ainol.
Toshiba, Asus, Lenovo e Motorola também apresentaram na CES 2012 modelos com o Android 4.0.
IlhaService
Com fábrica e sede em São José, a IlhaService ocupa uma área de mais de três mil metros quadrados no município catarinense e emprega 150 pessoas.
A empresa entra num mercado que, segundo projeções da IDC, deve ter chegado a 450 mil unidades vendidas no ano ado – 350 mil a mais frente 2010.
Hoje, a IlhaService já anuncia em seu site um tablet, chamado de Elite, fabricado pela mineira Multilaser, que custa R$ 649 e é menor que o lançamento próprio da catarinense, além de rodar com uma versão mais antiga do Android.