Hélio Matsumoto. Foto: Divulgação
Hélio Matsumoto, atualmente diretor executivo de TI no Fleury, uma das maiores empresas de exames laboratoriais do país, assume em abril o comando da TI no Sicredi, cooperativa de crédito gaúcha que hoje é um grande player no segmento financeiro em nível nacional.
Matsumoto se despede do Fleury na sexta-feira, 31 de março, para começar no Sicredi já na segunda, 3 de abril.
O novo diretor executivo de Tecnologia do Sicredi é um executivo experiente, no mercado desde o final dos anos 80, quando esteve envolvido com os primórdios da digitalização do sistema financeiro no Brasil,
Nos anos 90, Matsumoto participou do desenvolvimento do software dos primeiros caixas Unibanco 30 Horas. Depois, Matsumoto ou 14 anos na Eversystems, um grande fornecedor da indústria financeira, onde chegou a ser CIO e diretor de vendas.
O profissional foi ainda CTO no Buscapé entre 2012 e 2014, CIO na C&A entre 2014 e 2015 e sócio na gigante de consultoria Bain entre 2018 e 2020.
Matsumoto foi contratado no que parece ser uma reformulação mais profunda da área de tecnologia do Sicredi.
Ele substitui Volmar Machado, que havia assumido o comando da área de TI em 2017 e tinha uma trajetória de 31 anos no Sicredi, onde entrou no começo dos anos 90 no cargo de analista de sistemas.
Sérgio Alves de Souza, superintendente de Infraestrutura e Operações de TI, deixou a instituição em março. Alexandre Silveira, que atua como Superintendente de Sistemas, deixa o cargo até o final de abril.
(Tanto a saída de Machado, Souza e Silveira como a entrada de Matsumoto são todas informações exclusivas do Baguete, se os leitores permitem à reportagem deixar a modéstia de lado por alguns segundos).
Com a entrada de Matsumoto, o Sicredi faz algo que já fez algumas vezes na sua história e traz um nome de peso de fora da organização para comandar a TI.
A lista de contratações do tipo na cooperativa inclui outros executivos experientes como Denilson Mascarenhas, um ex-CIO do Ponto Frio, entre 2009 e 2012.
Paulino Rodrigues, que sucedeu a Mascarenhas na posição entre 2012 e 2017, tinha um background mais financeiro, tendo sido CFO da indústria eletrônica gaúcha Teikon.
(Mascarenhas é hoje CEO da Duosystem, uma startup em alta na área da saúde. Rodrigues seguiu carreira de CFO, liderando hoje a área de finanças do banco Mercantil do Brasil).
O Sicredi teve lucro líquido (“sobras”, no jargão das cooperativas) de R$ 4,766 bilhões em 2021, com crescimento de 43,6% em relação ao ano anterior.
A carteira de crédito teve expansão de 36,9% no ano ado, para R$ 133,145 bilhões. Deste total, cerca de 35% são destinados para o setor rural, 34% a pessoas jurídicas e 31% para pessoas físicas.
O segmento rural teve crescimento de 41% em 2021, para R$ 47,2 bilhões, o que consolida o Sicredi como a segunda maior instituição financeira em fomento do agronegócio no país, atrás apenas do Banco do Brasil.
Hoje, o número de clientes (ou “associados”) chega a 6,3 milhões, um crescimento de 23% frente aos números de 2021.
A instituição tem 2,4 mil agências, e é a quinta maior rede do país, à frente do Santander.
A empresa tem uma organização complexa, produto de uma história centenária iniciada em 1900 em Nova Petrópolis, uma cidade de colonização alemã no Rio Grande do Sul.
O Sicredi é organizado em um sistema formado por 106 cooperativas de crédito, cinco centrais regionais, a Confederação Sicredi, o Banco Cooperativo e demais empresas controladas e sua controladora, a Sicredi Participações.
Maurício Renner 5wt6n
Editor at Baguete Diário