
Safra Catz. Foto: divulgação.
A Oracle divulgou nesta quarta-feira os resultados de seu primeiro trimestre do novo ano fiscal, em que ficou abaixo das expectativas, com uma queda de 1,7% em receita e um total de faturamento de US$ 8,45 bilhões.
Segundo apontou o balanço, os resultados da multinacional foram afetados por uma desaceleração nas vendas de licenças de software assim como a atual transição da companhia de um modelo baseado em licenças para a venda de serviços em cloud.
De acordo com a Reuters, a valorização do dólar em mercados internacionais também afetou a receita da empresa californiana, que tinha um total de venda previsto em US$ 8,53 bilhões, ainda uma queda em relação aos US$ 8,6 bilhões contabilizados no mesmo período no ano anterior.
Em nota à imprensa, a multinacional destacou que se as taxas de câmbio ficassem estáveis, a receita total teria aumentado 7% no trimestre.
Para Safra Catz, co-CEO da empresa ao lado de Mark Hurd, a empresa está otimista sobre a mudança de seu modelo para uma postura mais firmada na nuvem, mas está prudente em relação ao cenário econômico mundial.
"A margem de lucro da receita baseada em nuvem deve aumentar nos próximos dois anos de 40% para 80%. Este ganho virá de uma aumento de escala de vendas", afirmou a executiva para a Bloomberg.
As vendas de software na nuvem cresceram 34% para a Oracle, fechando o trimestre com um total de US$ 451 milhões. Ainda é uma parcela pequena em relação aos US$ 1,51 bilhões provenientes do modelo tradicional de licenças.
"Em um futuro próximo, o negócio de banco de dados continua a ser uma nuvem negra sobre a cabeça da companhia", afirmou o analista Daniel Ives, da FBR Capital Markets.
Segundo o especialista, a Oracle talvez precisará colocar mais uma vez a mão na carteira para impulsionar sua presença em cloud, apostando em novas aquisições e aumentando a confiança de acionistas.
O plano da companhia é ter todo o seu portfólio de softwares no modelo de como serviço (SaaS) disponível até o final de outubro, quando fará em San Francisco a sua conferência anual, o Oracle Open World.
Entretanto, o desafio da empresa fundada por Larry Ellison ainda é grande, tanto para diminuir a distância em relação a rivais como Salesforce, Microsoft e Amazon em produtos cloud, assim como disputar espaço com outras gigantes como IBM e SAP que também entraram neste campo.
No Brasil, a empresa anunciou em junho um movimento agressivo para aumentar essa presença na nuvem, com a abertura de um data center local. Previsto para agosto, o centro em Campinas, o décimo-nono da empresa ao redor do globo e o primeiro na América Latina.
Segundo afirmou Mark Hurd, o local será instrumental para impulsionar a estratégia da companhia em ofertar seus produtos de software como serviço (SaaS) e plataforma como serviço (PaaS) no país.
A oferta no novo data center será feita de forma gradual, com cerca de 11 soluções de SaaS sendo oferecidas inicialmente, com foco em gestão istrativa e finanças, e depois expandirá o portfólio. Agora, só falta ele ser oficialmente aberto.