
A gaúcha Peccin é dona das marcas Tribala, Blong e Trento. Foto: Divulgação
A Peccin, empresa que produz balas e chocolates, adotou o Opcenter APS, software da Siemens voltado para o planejamento e agendamento de processos de manufatura, em um projeto implementado pela Neo, consultoria gaúcha especializada em tecnologia para gestão de produção.
Segundo a companhia, o objetivo era melhorar tanto sua eficiência produtiva quanto o atendimento que oferece aos seus clientes a partir de seu parque industrial em Erechim, no Rio Grande do Sul.
O local abriga duas plantas independentes, uma voltada para doces e outra para chocolates.
Até então, ambas contavam com cadastros defasados e falta de sequenciamento fino da produção, gerado manualmente via planilhas no Excel, além de contar com um ERP da Oracle implementado apenas parcialmente.
De acordo com a empresa, isso fazia com que as ordens de produção fossem geradas de forma lenta e pouco eficiente.
Por conta disso, era preciso restringir linhas e recursos a grupos específicos de produtos, o que dificultava o balanceamento das unidades e o cumprimento de prazos de entrega.
Outro problema era que a baixa visibilidade do planejamento dificultava a realização de um sequenciamento mais assertivo dos pedidos de vendas, que acabavam sendo encaixados entre as ordens de produção levando em conta apenas a data de entrega.
Para a implementação na planta de chocolates, foram necessários quatro meses.
Neste período, todas as características e restrições dos recursos foram mapeadas com o auxílio dos colaboradores das fábricas, juntamente à revisão dos cadastros faltantes para que a equipe da Peccin pudesse preenchê-los com mais agilidade.
Nesse processo, o ERP da Oracle foi integrado ao software da Siemens, também com a ajuda da equipe de TI interna da Peccin. Para tanto, foi preciso importar ao Opcenter todas as informações transacionais da empresa, como produtos e listas de materiais.
Os times também importaram o plano de produção de produtos a serem terminados dentro dos próximos seis meses, o que possibilitou a geração das ordens e seus componentes para o período em questão de forma automática.
A partir disso, foi desenvolvida uma regra de sequenciamento própria para chocolates, em que as linhas de produção são programadas de maneira a priorizar tempos de setup entre sabores, marcas, gramaturas e datas de entrega, respeitando as restrições de mão de obra e ferramentas.
De acordo com a Peccin, esse novo método permitiu aumentar a visibilidade e responsividade, possibilitando o encaixe de pedidos mais rapidamente.
Por fim, a unidade de chocolates realizou a exportação das ordens agrupadas em lotes de produção para o ERP da Oracle, bem como a geração de relatórios com as matérias-primas necessárias para o setor de compras.
Assim, é gerado um relatório para exportação que integra as ordens do Opcenter ao ERP da Oracle, criando um follow-up com os materiais que serão consumidos. Com isso, é possível ter maior previsibilidade sobre atrasos e rupturas no estoque.
Já na planta de doces, o processo levou apenas dois meses, uma vez que o time da Peccin tinha a experiência prévia com a solução.
Apesar disso, a implementação foi mais complexa, contando com mais recursos e restrições. Isso fez com que fosse necessário realizar mais alterações no projeto.
Diante da adoção do Opcenter, a Peccin observou uma redução no tempo de programação, que antes levava três dias e ou para quatro horas, gerando uma economia de 80%.
Além disso, houve ganho na resposta a diferentes cenários a partir dos relatórios e indicadores. Outro benefício foi a reprogramação das ordens de seis meses, o que aumentou a responsividade das fábricas.
Quanto aos relatórios, a prática permitiu a integração entre as áreas de produção, compras, comercial e pesquisa e desenvolvimento. Com isso, a área comercial ou a registrar maior nível de serviços por meio da visibilidade total de tempo de setup e datas de entrega.
Dessa forma, foi possível ter o a análises mais detalhadas da ocupação de recursos de estoque com alertas programados em caso de atrasos. A empresa consequentemente ou a ter mais oportunidades de renegociação de prazos de compras e vendas.
Fundada em 1956, a gaúcha Peccin é dona das marcas Tribala, Blong e Trento. Com cerca de 1,3 mil funcionários diretos e mais de 200 produtos, a companhia só ou a produzir chocolates em 2011.
Hoje, a produção chega a mais de 4 mil toneladas mensalmente, o que a torna uma das seis maiores empresas do setor no país.
Em atuação desde 2013 e com sede em Porto Alegre, a Neo é uma consultoria especializada em tecnologia para a gestão de produção. A companhia atende os setores de alimentos e bebidas, cerâmica e vidro, embalagens, farma e cosméticos, móveis e têxtil e confecção.
Entre seus clientes, estão nomes como Cecal, America Tampas, Incepa, Docile, All4Labels, Induscabos, Bartira e Lunelli.