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Luis César Verdi, VP sênior de Inovação para a América Latina.
A SAP quer replicar no meio corporativo o fenômeno da economia app gerado por lojas virtuais como a AppStore e o AndroidMarket.
Para tanto, a empresa acaba de lançar uma licença gratuita para desenvolvedores móveis, dentro de um novo SAP Mobile Apps Partner Center.
“Queremos atingir desenvolvedores individuais, pequenas empresas, qualquer um que possa criar aplicativos de qualidade para rodar sobre sistemas SAP. Quanto mais, melhor”, resume Mark Crofton, vice presidente para Mobilidade na América Latina da multinacional alemã.
É uma mudança de paradigma e tanto para uma companhia que ficou conhecida vendendo sisudos sistemas de gestão desenvolvidos ao longo de anos por meio de uma rede de parceiros com regras de clube exclusivo.
Mas Crofton é um entusiasta das possibilidades.
“Ter um ciclo de lançamentos mais rápido não supõe prescindir da qualidade e segurança”, analisa o executivo.
A abertura a novos parceiros é uma maneira de alcançar a meta de ampliar o número de aplicativos no mercado.
Hoje, das quase 300 soluções móveis SAP disponíveis, os parceiros respondem por apenas 20% do total.
O objetivo é inverter a proporção.
Mobilidade é a bola da vez da estratégia da SAP de deixar de ser uma empresa de sistemas de gestão, um ramo no qual já tem a liderança nas grandes empresas – 51% de participação nas companhias com mais de 600 usuários no Brasil – e avança nas menores, com share de 22% nas acima de 160 usuários, segundo dados da FGV.
ERP ENCANADOR
Hoje, 76% do faturamento da companhia no país já vem de outras vendas, que não ERP, principalmente em aplicações de negócios e em inteligência analítica, mercado no qual a empresa comprou a entrada a golpe de cheque com a aquisição da Business Objects por US$ 6,8 bilhões em 2007.
Uma presença maior em mobilidade – outro mercado no qual a SAP abriu a mão, gastando US$ 5,8 bilhões para comprar a Sybase – promete elevar ainda mais essa proporção, no embalo de uma visão de chegar a bilhões de usuários, com os sistemas de gestão funcionando como uma espécie de “encanamento”.
“Em dois anos, não haverá uma grande empresa sem uma estratégia de mobilidade definida”, acredita o presidente da SAP Brasil, recentemente promovido ao cargo de VP sênior de Inovação para a América Latina, com a responsabilidade de promover os negócios em aplicações de negócios, mobilidade, banco de dados e nuvem.
MERCADÃO
Estimativas do Gartner apontam que o mercado de aplicativos empresariais vai saltar dos US$ 2,7 bilhões de 2010 para US$ 7,7 bilhões já em 2015.
Olhando os números do mercado pessoa física, onde o custo dos aplicativos é bem inferior e as vendas devem chegar a US$ 52 bilhões em 2016, fica claro o porquê da aposta da SAP.
Quem viver, verá. Possivelmente, na tela de um celular.
* Maurício F. Renner cobriu o SAP Mobile Experience em São Paulo a convite da SAP.