.jpg?w=730)
Guilherme Lippert, Chief Growth Officer da V4, durante o Salesforce World Tour São Paulo. Foto: divulgação.
A V4 Company, rede gaúcha de assessorias de marketing digital, está implantando o Slack, plataforma de comunicação comprada pela Salesforce há cerca de dois anos, para unificar a conexão com os seus 250 franqueados.
A cliente foi destaque no Salesforce World Tour, principal evento da americana no Brasil, que aconteceu em São Paulo na última semana.
Guilherme Lippert, Chief Growth Officer da V4, conta que a empresa precisava organizar a comunicação entre matriz e franqueados, considerando que mais de 3 mil pessoas trabalham na rede. Até então, as mensagens eram enviadas por grupos de WhatsApp.
“Então imagina, a comunicação era uma doideira. Fora que, no WhatsApp, eu tenho zero controle do que é falado, quando e por quem. Não tem esse banco de dados. Se você entra num grupo hoje, você não tem histórico, não sabe o que aconteceu,”, explica Lippert.
A implementação do Slack começou há cerca de três meses e levou uma semana na matriz da companhia, onde cerca de 300 pessoas usam a ferramenta. Em seguida, teve início o roll out para as franquias e, hoje, a conclusão já chega a 90%.
Para a mudança, foi preciso acabar com os grupos de WhatsApp de uma maneira classificada por Lippert como “radical”.
“Se só o pode mandar mensagem no grupo, ele morre. Quer falar comigo? Fala no Slack. Mandou mensagem no WhatsApp? Eu não te respondo. Todo mundo tem WhatsApp, então de fato é chato tirar, mas depois que se começa a utilizar, a gente vê as vantagens do Slack”, afirma Lippert.
Como vantagens da ferramenta, o executivo destaca a facilidade na pesquisa de documentos enviados e de termos conversados anteriormente, além da possibilidade de agendar o envio de mensagens.
“O documento não some nunca. Tem uma parte do Slack com todos os documentos que você salvou, organizados na ordem que você quiser. Se eu estou escrevendo aqui uma mensagem às 23h, mas não quero mandar agora, consigo postergar para enviar amanhã às 6h. A forma de organização da comunicação é muito melhor”, detalha Lippert.
Por enquanto, a empresa ainda não utiliza parte de automações e integrações da ferramenta.
“O Slack é, sem sombra de dúvidas, a plataforma mais integrável de todas. Então tem muita opção, muita oportunidade e só falta a gente olhar para isso”, pontua Lippert.
Depois de finalizada a implantação nas franquias, o próximo o da V4 é levar os clientes para a mesma ferramenta. A companhia até já fez um MVP com cerca de 20 empresas, também levando elas do WhatsApp para o Slack.
“São poucos clientes versus os 5 mil que temos, mas eles aceitaram. Hoje são 5 mil grupos de WhatsApp com mais de 50 mil mensagens por semana. É impossível estar em todos. A gente também sabe das possíveis dificuldades que isso vai gerar, mas será uma regra da empresa. Se quiser contratar a V4, terá que usar o Slack”, adianta Lippert.
Quando os clientes utilizarem o Slack, a ideia é fazer automações para o envio de boletos e comunicados, além de facilitar a comunicação entre um cliente e outro.
“A gente pretende criar grupos com os clientes juntos. Toda empresa precisa comprar alguma coisa. Se você precisa comprar uma mesa, por exemplo, certamente tem um outro cliente que no mínimo sabe quem vende a mesa, se não for ele mesmo que vende”, explica Lippert.
Originalmente uma ferramenta de comunicação interna muito usada em times de TI, o Slack incrementou tremendamente o seu leque de possibilidades e cresceu muito depois da aquisição pela Salesforce por US$ 27,7 bilhões em dezembro de 2020.
A compra foi também uma das maiores do setor de tecnologia como um todo, taco a taco com a aquisição da Red Hat pela IBM, fechada por US$ 34 bilhões em 2021, ou a compra do Linkedin pela Microsoft em 2016, que custou US$ 27 bilhões.
A meta da Salesforce é concentrar funcionalidades de comunicação dentro do seu CRM, o que a tornaria um competidor temível para players focados no aspecto de comunicação corporativa, assim como para os focados no espaço de gestão de relacionamento com consumidores.
EXPERIÊNCIA COM SALES CLOUD
A V4 já era cliente da Salesforce há cerca de um ano e meio, quando implantou o Sales Cloud. Hoje, toda a estrutura de vendas da companhia, que conta com cerca de 100 vendedores, está na plataforma.
Antes, a empresa usava a Pipefy, que é uma ferramenta de processos e não um CRM propriamente dito. Segundo o CGO, a solução funcionava muito bem, mas a dificuldade era a escalabilidade.
“Com o Sales Cloud, temos um controle melhor das tarefas e follow ups com os vendedores. Toda a noção de produtividade ficou muito melhor. A parte de dashboards já era muito boa, mas o Salesforce também deu uma ajuda. Dentro da plataforma, tem toda a visualização do que está em negociação, o que perdeu, o que ganhou”, detalha Lippert.
Para o futuro a empresa está estudando soluções da Salesforce para a área de customer service, bem como o Marketing Cloud, de automação de processos de marketing. A ideia é, de alguma forma, se tornar implementador ou auxiliar a operação dentro dos clientes.
A V4 Company foi fundada em 2012 em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. A companhia cresceu sem investimentos externos e, em 2021, o grupo Dreamers, do Rock in Rio, entrou na sociedade.
Hoje, a rede conta com 250 franquias com 3 mil profissionais que prestam e na implementação e profissionalização dos processos de vendas através da internet para 5 mil negócios. Sua receita mensal recorrente chega a R$ 23 milhões.
De olho em uma expansão internacional e futura abertura de capital, a empresa tem investido pesado em tecnologia. Outro projeto importante em andamento é a implantação do SAP S/4 Hana, última versão do ERP da SAP.
*Luana Rosales participou do Salesforce World Tour, em São Paulo, a convite da Salesforce.