
Wickbold fatiou contrato de AMS entre diferentes fornecedores. Foto: Pexels.
A Wickbold, uma das maiores fabricantes de pães do país, está adotando uma estratégia diferente para fazer as pequenas melhorias e customizações necessárias no seu sistema de gestão da SAP.
No lugar de contratar uma empresa só para oferecer e e atualizações, um tipo de contrato conhecido no mercado como gerenciamento de aplicações (AMS, na sigla em inglês), a empresa contratou três.
A diferença é que, ao contrário de um contrato de AMS, não existe uma estimativa pré-definida de horas a serem entregues por mês em um contrato anual. A cada nova necessidade da empresa, é feito um pequeno leilão.
Quem oferecer a proposta com menos horas leva. O valor da hora-homem já está definido previamente, evitando a necessidade de que o processo e novamente pela área de compras.
As três empresas envolvidas são a Megawork, uma parceira da SAP nível VAR, com quem a Wickbold compra as licenças e tem um contrato de 40h mensais “como seguro”, junto com a Focus IT, uma consultoria licenciada da SAP para serviços, e a Team Up, uma empresa menor com foco na área fiscal. Até agora, quem levou mais horas foi a Focus IT.
“A adoção deste formato promove uma entrega mais eficiente e podemos contar com diferentes fornecedores de acordo com suas especialidades”, afirma Douglas Pinto de Carvalho, coordenador de sistemas na Wickbold.
Carvalho explica que a Wickbold já trabalhou com contratos de AMS tradicionais, mas, como a empresa tem um nível baixo de incidentes e as entregas estavam atrasando, decidiu por uma nova abordagem.
“Percebemos que a entrega atinge mais de 90% do esperado neste modelo, enquanto nossa experiência anterior com apenas um fornecedor atendendo por meio de um contrato anual não chegava a 60% das entregas demandadas”, revela Carvalho.
O executivo complementa que além de reduzirem custos em cerca de 20%, aram a utilizar 100% das horas contratadas, validando tal investimento. As compras típicas são desenvolvimento de relatórios, pequenas melhorias, customizações que não ultraam 80 horas.
“Ao contrário do que se imagina, há ainda mais controle pelos contratantes neste formato sob demanda do que no modelo que continha fluxos mensais de pagamento que às vezes nem tinham seus serviços utilizados”, comenta Carvalho.
O resumo da história é que a Wickbold, talvez usando sua experiência com pão de forma, fatiou o AMS entre diferentes fornecedores, o que deve ter derrubado os custos.
A Wickbold tem faturamento anual na casa do R$ 1 bilhão e quase 30% de participação no mercado de pães.
A empresa é o cliente típico de serviços de AMS, um tipo de serviço com o qual muitas consultorias SAP obtêm uma receita previsível em contratos longos.
De acordo com uma pesquisa recente da ISG, 22 empresas trabalhavam com serviços gerenciados para a SAP no país.
Carvalho (e a reportagem do Baguete) não conhecem outra empresa que tenha feito algo parecido no Brasil quando o assunto é e de sistemas SAP.
Mas em mercados como o publicitário, por exemplo, é comum as empresas estabelecerem concorrências entre os prestadores de serviços, exigindo inclusive a entrega de projetos completos antes de fechar um contrato.
Se a moda pega na TI...