
Rodrigo Pádua, VP Global de Gente e Cultura do Grupo Stefanini.
A Stefanini está preparando o que até agora é a virada mais ambiciosa de uma grande empresa de tecnologia para o home office de maneira permanente após a pandemia do coronavírus.
O projeto, batizado de Stefanini Everywhere, tem por meta que metade do time trabalhe em home office num prazo de 12 a 18 meses, sendo 60% dessa equipe de maneira permanente e outros 40% de maneira parcial.
É uma mudança enorme para uma empresa que tem 25 mil funcionários (14 mil no Brasil) e tinha antes da crise uma prática mínima de home office, limitada a 120 profissionais na Europa.
Isso era assim, é claro, até a entrada em cena do coronavírus: hoje, mais de 90% dos 25 mil colaboradores em todas as regiões estão em home office há dois meses.
A migração para o home office se dará tanto por novas contratações de profissionais no “interior do país”, num ritmo de entre de 150 a 200 por mês em 2020, com uma subida ainda maior em 2021, quando aquisições devem elevar a velocidade para 500 por mês.
Caso a Stefanini consiga contratar na velocidade máxima e feche as aquisições previstas, estamos falando de quase 7 mil novos funcionários em home office.
“O modelo de home office que estamos criando permitirá que os novos colaboradores exerçam suas funções de onde estiverem, com a possibilidade de atuar em uma das empresas brasileiras mais internacionalizadas, presente em 41 países”, explica Rodrigo Pádua, VP Global de Gente e Cultura do Grupo Stefanini.
De acordo com Pádua, as mudanças vão além, com redução de viagens corporativas e incentivo a uso de plataformas digitais, além de não ampliar o espaço em escritórios físicos, mesmo aumentando a equipe.
“Não temos um modelo fechado, pois estamos aprendendo com o trabalho a distância. Queremos testar novos formatos, analisar o que funciona mais e cocriar com a equipe. A pandemia mostrou que somos capazes de fazer em três meses o que havíamos planejado para o período de três anos”, diz Marco Stefanini, CEO Global do Grupo Stefanini.
A Stefanini faturou R$ 3,3 bilhões em 2019, uma alta de 10%. Com presença em 41 países, a empresa obtém mais da metade da receita no exterior.
Muitas empresas foram forçadas a adotar home office em grande escala e agora parecem estar considerando as vantagens de manter pelo menos uma parte da equipe no modelo.
Mas a maioria está sendo cautelosa, anunciando apenas a extensão de home office até o final de 2020, independente das orientações de quarentena.
A XP, por exemplo, já anunciou que os seus 2,7 mil funcionários poderão seguir em casa até o final do ano. O Nubank fez a mesma coisa para outros 2,4 mil. A XP chegou a especular sobre ir mais longe, mas não anunciou metas ou prazos.